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Peça do mês de Agosto, 2017 Cortiço

Cultura
24 Agosto 2017
Desde tempos recuados que a economia do concelho se encontra ligada à exploração da floresta. Da maior mancha de pinheiro bravo da Europa brotava a lenha e a resina; dos rios e das ribeiras saltavam para as mesas dos povos serranos os barbos, as enguias e as trutas e das flores do mato era extraído, pelas obreiras, o pólen e o néctar que viria a transformar-se no delicioso mel.

A partir do século XIX, a produção do mel e da cera começou a ter relevo na economia pampilhosense e, ao contrário dos ofícios de resineiro e de serrador, a apicultura perdurou até aos dias de hoje, passando por sucessivas transformações.

A importância da abelha atingiu no concelho tão grande significado, que tem vindo a ter lugar reservado na sua heráldica – três abelhas no brasão do município, duas no da Portela do Fojo e uma no do Unhais-o-Velho. A microtoponímia sugere que o vínculo entre o mel e esta região é imemorial, destacando-se lugares como Vale de Colmeias e Enxaminhos.

Da estreita ligação entre a abelha, a natureza e o homem emergiu o cortiço, construído por uma placa de cortiça cozida e unida com arame ou por várias peças unidas por tornos ou pinos de esteva – saraços, sovinos ou viros – que lhe dão respetivamente uma configuração cilíndrica ou retangular.

Os cortiços são tapados nos topos com placas de cortiça, possuindo uma pequena fenda para a entrada e saída das abelhas, e no seu interior têm trancas de esteva, nas quais são fabricados os favos. Esta colmeia tradicional está a cair em desuso, no entanto é mais discreta e mais harmoniosa com a paisagem do que a colmeia móvel.

Para assinalar uma das épocas de cresta, e sendo Pampilhosa da Serra um dos maiores produtores de “Mel da Serra da Lousã” – DOP, o Museu Municipal elegeu o cortiço como peça do mês de agosto, expondo um modelo retangular com seis peças de cortiça unidas por viros de esteva.

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